sábado, maio 14, 2005

Rosa de Hiroshima

Pensem nas crianças mudas telepáticas.
Pensem nas meninas cegas inexatas.
Pensem nas mulheres rotas alteradas.
Pensem nas feridas como rosas cálidas.
Mas oh não se esqueçam da rosa, da rosa.
Da rosa de Hiroshima, a rosa hereditária.
A rosa radioativa, estúpida e inválida.
A rosa com cirrose, a anti-rosa atômica.
Sem cor, sem perfume, sem rosa, sem nada.

E o pessoal agora pegou a mania do Coxinha, personagem morto de falso que inventa os elogios mais criativos para as pesoas quando elas estão por perto e depois, quando elas viram as costas, começa a falar mal. Na verdade, a mania recente é só a de elogios como autarquia, ventilador ligado no três em Sobral e outras coisas do tipo. A de falar mal pelas costas é antiiiiiiiga... Mas isso não vem ao caso. Só digo que um dia desses fui chamada de rosa de Hiroshima. O louco é que isso era pra ser um elogio daqueles que vem junto com um pedido de favor. Virou piada. Ofensa não, porque ofensa se baseia muito mais nas intenções do que na coisa realmente dita. Pra consolar, alguém disse que rosa de Hiroshima era melhor que cravo de defunto. Disse que cravo de defunto representa a morte de só uma pessoa.
Esse povo tá ficando cada vez mais sem noção. Brincando com morte, desastre, desgraças e coisas do tipo. Hoje ouvi a música e me comovi. Mas sei lá, de repente o excesso de seriedade e de noção pode fazer até mal!!!

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